sábado, 7 de novembro de 2020

Veja como foi a 3ª Live da ACREPA 2020


No dia 04.11.2020, aconteceu a nossa Live: " O ensino de mitos e lendas na prática pedagógica de Ensino Religioso (ER)", ministrada pelo Prof. Maiko de Jesus Melo Martins (Membro da ACREPA). E mediada pela Profa. Esp. Giovana dos Anjos Ferreira Vilhena (Vice-Presidente da ACREPA)

Para quem perdeu nossa live, ela está gravada no nosso Canal no YouTube "ACREPA Associação de Cientistas da Religião do Pará": https://youtu.be/6v54BiZAKk4

Resumo da Live: O conceito de mito e lenda dentro da disciplina de Ensino religioso está inserida no currículo da BNCC do estado do Pará, no eixo Linguagem e suas formas comunicativas que se entrelaçam como objetivos de aprendizagem do 6 ano ao 8 ano do ensino fundamental. No que se refere aos dois conceitos, ambos são complexos, o conceito de mito tem várias abordagens e classificações possíveis, que o professor deve se posicionar e escolher qual irá trabalhar dentro de sala de aula, ao entrarmos na definição do que é Mito, temos o conceito filosófico, o qual o mito (do grego Mythos = narrativa) pode ser entendido como uma verdade instituída, através de uma linguagem simbólica, que não necessita de provas, é o conhecimento mítico trabalhado pelas religiões ao contrário do conhecimento filosófico, que seria uma verdade instituída a partir de uma comprovação lógica, a qual a própria filosofia e a ciência seguem. Há também o conceito dentro da Ciência da Religião a partir do teórico Mircea Eliade que define mito como uma “história sagrada, um acontecimento ocorrido no tempo primordial, o tempo fabuloso do princípio, onde graças às façanhas dos entes sobrenaturais, uma realidade passou a existir”. Ou seja, para Eliade:

1. O mito é uma história sagrada das ações de Deuses. 

2. Sempre aborda uma criação, como algo a partir de uma ação de uma divindade passou a existir. 

3. Conhecendo o mito, se conhece a origem das coisas. 

No que se refere à Lenda, podemos entender ela como sendo também uma narrativa, mas de caráter fictício/fantástico, que geralmente ou é inventada, ou se mistura fatos históricos com fatos irreais. A pergunta que deve ser respondida ao professor é: Como posso transmitir esse conteúdo ao aluno para que ele adquira a habilidade de reconhecer em uma história o que é um mito e o que não é? Na minha prática docente, eu inicio o tema no 6 ano, mostrando características iniciais do Mito, na diferença entre linguagem simbólica (que possui vários significados) e a linguagem literal, que possui um significado mais direto e objetivo, através de construção de exemplos por frases: 

“Eu me acordo antes do galo cantar”= linguagem simbólica/ “Antes das 6h eu me acordo”= linguagem literal. Durante a jornada pedagógica em sala, demonstro qual tipo de linguagem a ciência mais usa e qual tipo de linguagem as religiões possuem, a partir daí, ele já tem a habilidade de perceber como cada campo lida com a realidade que eles vivenciam. A partir do 8 ano ao retornar com a temática, me concentro em estabelecer o entendimento dos significados errados que a palavra mito possui em nosso cotidiano, para depois entrar no desenvolvimento do conceito do Mircea Eliade. Divido os significados errados em 3 tipos: 1= Mito como algo extraordinário; 2= Mito como algo raro/diferente; 3= Mito como algo irreal/mentira. No entendimento dos significados errados, é introduzido o conceito cosmogônico do mito como narrativa de origem e é nessa abordagem que insiro a prática de contar histórias míticas para eles saberem o significado correto do conceito, nesse ponto o leque fica aberto ao professor escolher que tipo de narrativa vai entregar aos alunos, eu gosto de trabalhar a mitologia grega que é bem acessível e conhecida por eles, seja de forma textual, como a história da origem da Aranha, seja em forma de mídia como filmes e games (Percy Jackson e God of War). Para finalizar o conteúdo, a partir da experiência dos próprios estudantes ao pedir para eles procurarem e trazerem história míticas ou não, mostro como podem diferenciar os mitos com as lendas de forma bem objetiva, pois o Mito segue um padrão: Tem a presença de uma ou várias divindades; fala de uma criação a partir da ação dessas divindades/ é considerada verdadeira e sagrada por acreditarem nessa divindade, as lendas não se encaixam nessas características, quando peço para procurarem sobre a história do Boto, uma lenda popular regional, oriento para que eles vejam as diferenças existentes para perceberem o motivo da narrativa do Boto ser conhecida como A lenda do boto e não O mito do Boto.

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